quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cozinha, espaço da arte culinária


Cozinhar no meu entendimento é uma arte! Não existe um arroz e feijão igual ao outro. Cada pessoa  tem seu tempero e mão para preparar seu alimento. Acho fantástico essa magia da arte culinária. Qual é o espaço para isso?  a cozinha, é claro!, então vou mostrar quais as peças que escolhi para o meu ateliê da culinária.

O revestimento da parede:
Azulejo White Plain Lux Retificado 29,1x58,4  -  Portinari

Para o piso, escolhemos porcelanato


Porcelanato  Itagres 51x51 Retificado Concreto Grafite



Na parede em cima da pia, colocaremos pastilha preto com  cinza e branco, ou seria branco com cinza e preto, rsrsr, "a ordem dos fatores não altera o produto":

Eu gostei da combinação, e vcs? o que acham?


Algumas fotinhas como título de inspiração:





Ver e viver descobrindo inspirações!


bjkas



Texto que vale a pena ler!

Qual é o lugar mais importante da sua casa? Eu acho que essa é uma boa pergunta para início de uma sessão de psicanálise. Porque quando a gente revela qual é o lugar mais importante da casa, a gente revela também o lugar preferido da alma. Nas Minas Gerais onde nasci o lugar mais importante era a cozinha. Não era o mais chique e nem o mais arrumado. Lugar chique e arrumado era a sala de visitas, com bibelôs, retratos ovais nas paredes, espelhos e tapetes no chão. Na sala de visitas as crianças se comportavam bem, era só sorrisos e todos usavam máscaras. Na cozinha era diferente: a gente era a gente mesmo, fogo, fome e alegria.

“Seria tão bom, como já foi…”, diz a Adélia. A alma mineira vive de saudade. Tenho saudade do que já foi, as velhas cozinhas de Minas, com seus fogões de lenha, cascas de laranja secas, penduradas, para acender o fogo, bule de café sobre a chapa, lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça, rostos vermelhos. Minha alma tem saudades dessas cozinhas antigas…

Fogo de fogão de lenha é diferente de todos os demais fogos. Veja o fogo de uma vela acesa sobre uma mesa. É fogo fácil. Basta encostar um fósforo aceso no pavio da vela para que ela se acenda. Não é preciso nem arte nem ciência. Até uma criança sabe. Só precisa um cuidado: deixar fechadas as janelas para que um vento súbito não apague a chama. O fogo do fogão é outra coisa. Bachelard notou a diferença: “A vela queima só. Não precisa de auxílio. A chama solitária tem uma personalidade onírica diferente da do fogo na lareira. O homem, diante de um fogo prolixo pode ajudar a lenha a queimar, coloca uma acha suplementar no tempo devido. O homem que sabe se aquecer mantém uma atitude de Prometeu. Daí seu orgulho de atiçador perfeito…” Fogo de lareira é igual ao fogo do fogão de lenha. Antigamente não havia lareiras em nossas casas. O que havia era o fogo do fogão de lenha que era, a um tempo, fogo de lareira e fogo de cozinhar.

As pessoas da cidade, que só conhecem a chama dos fogões a gás, ignoram a arte que está por detrás de um fogão de lenha aceso. Se os paus grossos, os paus finos e os gravetos não forem colocados de forma certa, o fogo não pega. Isso exige ciência. E depois de aceso o fogo é preciso estar atento. É preciso colocar a acha suplementar, do tamanho certo, no lugar certo. Quem acende o fogo do fogão de lenha tem de ser também um atiçador.

O fogão de lenha nos faz voltar “às residências de outrora, as residências abandonadas mas que são, em nossos devaneios, fielmente habitadas” (Bachelard). Exupèry, no tempo em que os pilotos só podiam se orientar pelos fogos dos céus e os fogos da terra, conta de sua emoção solitária no céu escuro, ao vislumbrar, no meio da escuridão da terra, pequenas luzes: em algum lugar o fogo estava aceso e pessoas se aqueciam ao seu redor.

Já se disse que o homem surgiu quando a primeira canção foi cantada. Mas eu imagino que a primeira canção foi cantada ao redor do fogo, todos juntos se aquecendo do frio e se protegendo contra as feras. Antes da canção, o fogo. Um fogo aceso é um sacramento de comunhão solitária. Solitária porque a chama que crepita no fogão desperta sonhos que são só nossos. Mas os sonhos solitários se tornam comunhão quando se aquece e come.
Nas casas de Minas a cozinha ficava no fim da casa. Ficava no fim não por ser menos importante mas para ser protegida da presença de intrusos. Cozinha era intimidade. E também para ficar mais próxima do outro lugar de sonhos, a horta-jardim. Pois os jardins ficavam atrás. Lá estavam os manacás, o jasmim do imperador, as jabuticabeiras, laranjeiras e hortaliças. Era fácil sair da cozinha para colher xuxús, quiabo, abobrinhas, salsa, cebolinha, tomatinhos vermelhos, hortelã e, nas noites frias, folhas de laranjeira para fazer chá.

 (Rubem Alves, Correio Popular, Caderno C, 19/03/2000.)









5 comentários:

  1. Adorei sua cozinha!!! O piso bem bacana... Vou acompanhar a finalização... Bjokass!!!

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  2. Amei o texto, lindo mesmo. As ideias para inspiração são lindas.
    Agora estou por aqui tbm, tá?
    Beijão.

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  3. Que texto delicioso. Obrigada por compartilhá-lo conosco. Sou da cidade grande, mas passei todas as minhas férias da infância em volta de um fogão de lenha no sul de Minas Gerais. Momentos inesquecíveis e impagáveis. Obrigada mais uma vez. Bjo.

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:-/ :-O X( :7 B-) :-S ( ) :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

Recados, uipiiiiii!! Super, mega, hiper, ultra felizzzzzzzz! Obrigada pela visita, assim que puder, responderei. Volte sempre!